A delegada Lisandréa Salvariego, responsável pelo Núcleo de Operações e Articulações Digitais (Noad) da Polícia Civil de São Paulo, voltou a ser alvo de ameaças graves em meio às investigações e ações de combate a crimes cometidos pela internet.
Na linha de frente contra crimes virtuais, especialmente aqueles que envolvem crianças e adolescentes, a delegada tem enfrentado uma escalada de ataques com discursos violentos, misóginos e intimidatórios.
Uma das ameaças mais recentes surgiu logo após a prisão de um jovem de 18 anos, em Agrolândia, no interior de Santa Catarina, suspeito de estimular a automutilação de cerca de 30 vítimas, entre crianças e adolescentes, por meio das redes sociais.
Em uma publicação no Instagram relacionada ao caso, um perfil sem nome e sem foto, aparentemente criado para não identificar o autor, comentou de forma direta:
“Lis vai morrer”.
Na sequência, o mesmo usuário afirmou que iria “pessoalmente na casa dela matar e degolar essa puta [sic]”, encerrando a mensagem com a frase: “E vocês não podem fazer nada”.

Além desse episódio, outras ameaças já haviam sido direcionadas à delegada, incluindo uma mensagem em que um suspeito afirmava que iria “matar e praticar necrofilia” contra ela, evidenciando o nível extremo de violência verbal utilizado como forma de intimidação.

Caso envolve automutilação e ameaça simbólica à autoridade policial
Segundo as investigações, o jovem preso em Agrolândia teria coagido vítimas a praticarem automutilação, incluindo um episódio em que uma adolescente foi obrigada a escrever o nome “Lisa” no próprio corpo com uma navalha.
A imagem foi posteriormente publicada em rede social com a legenda:
“presentinho pra Lisa kkkkk [sic]”, em um gesto interpretado como ameaça direta à delegada.

Ao comentar o impacto do caso, Lisandréa afirmou que o sentimento ao ver a imagem foi extremamente negativo, mas reforçou que situações como essa não a farão recuar.
“É um sentimento péssimo, talvez o pior que exista. Mas é isso que nos dá força para continuar. A gente não pode parar”, declarou.
As ameaças estão sendo apuradas.


