Em uma sala do centro administrativo, com fotos dos pais, de quem se orgulha, e arranjos de flores, para alegrar o ambiente, a CEO da Pamplona Alimentos, Irani Pamplona Peters, recebe a equipe da RBA TV. A empresa hoje está entre as maiores do País no segmento e emprega 3.550 pessoas, duas mil só em Rio do Sul, onde está sediada. “Geramos esses empregos diretos, mas temos parceiros nos 28 municípios do Alto Vale, então é importante esse trabalho que a empresa oportuniza”, afirma a empresária.
A Pamplona Alimentos exporta hoje para vários Países, seguindo os mais rígidos padrões de qualidade que o mercado exige. É uma história de sucesso marcada por muito trabalho e união familiar. As atividades iniciaram ainda na década de 40, com Lauro e Ana Pamplona, que tiveram cinco filhos. “Recém-casados, eles resolveram abater um boi e vender nas casas. Naquele tempo era tudo muito difícil. Eles traziam a água com lata, a luz era de querosene e se usava lampião. E o boi, pra eles poderem abater, puxavam com uma corda, amarravam numa árvore, e assim eles começaram, tudo manual, serrando, picando”, conta Irani, terceira filha do casal.
“Eles botavam tudo em uma carrocinha e meu pai saía pra vender. Começaram com muita dificuldade, nem sabiam fazer os cortes no lugar certo, mas foram aprendendo e, com o tempo, aperfeiçoaram a atividade. E, enquanto meu pai saía para vender, a mãe ficava cuidando da casa, dos filhos e do açougue. Quando ele voltava, se vendia tudo, ótimo! Senão tinha que fazer charque da sobra, porque não havia luz elétrica e as coisas estragavam. Então esse foi o início da Pamplona Alimentos”, recorda.
“Nós somos em cinco irmãos, então, trabalhando com nossos pais, todos aprendemos. O pai não fazia distinção se era menino ou menina, todo mundo trabalhava igual. A gente era pobre, mas muito feliz, sabe... Morávamos numa casinha simples, mas nunca faltou comida”, afirma Irani.
Isso tudo começou na comunidade de Mosquitinho, em Agronômica que, na época, pertencia a Rio do Sul. “Meu pai era muito visionário. Ele tinha o sonho, com a mãe, de crescer e ser alguém. Então trocou o terreno de lá por esse aqui na BR onde estamos hoje. É que lá tínhamos muito problema com enchente. Então ele resolveu se instalar aqui. Nem tinha BR ainda. Nós começamos a construir aqui em 1969 e, quando inauguramos, não era mais um açougue, já era o frigorífico rio-sulense”, explica a empresária.
A trajetória de sucesso, a empresária atribui à fé e ao trabalho. “Primeiro nós somos uma família de Deus. Nosso pai, nossa mãe, sempre acreditaram muito em Deus e passaram isso pra gente. E, depois, não tinham hora pra trabalhar. Eles começavam três, quatro horas da manhã e iam dormir dez, onze da noite. Nós viemos nesse ritmo também. Honestidade não faltou nunca e a gente tem que ter amor pelo que faz”, conta. “Também valorizamos muito as pessoas que estão com a gente. Chamamos de ‘a grande família Pamplona’, porque é um trabalho de muitas mãos pra que a gente chegasse onde está hoje”, completa.
A empresa planeja investir R$ 600 milhões no Alto Vale até 2024. Desse total, R$ 200 milhões em Rio do Sul. “É importante para o município nós estarmos aqui. Trazemos visitantes de muitos países para conhecer a indústria e sempre temos orgulho de mostrar nossa cidade. É bonita, boa de morar, tem bastante natureza e isso a gente não vê em muitos lugares por aí. É um privilégio morar em uma cidade como a nossa”, destaca Irani.