O Brasil deu um passo decisivo no enfrentamento à doença. A vacina brasileira contra a dengue foi aprovada pela Anvisa e será aplicada em dose única, após a confirmação da segurança e da eficácia do imunizante desenvolvido pelo Instituto Butantan. Com isso, o Ministério da Saúde iniciará o processo para incluí-la no calendário do SUS e, assim, ampliar a proteção da população.
O que diferencia a vacina brasileira contra a dengue
Inicialmente, a vacina utiliza tecnologia de vírus vivo atenuado, método já aplicado em outros imunizantes e reconhecido mundialmente. Além disso, os estudos clínicos mostram 74,4% de eficácia na população entre 12 e 59 anos. Na prática, isso significa que sete em cada dez casos da doença foram evitados entre pessoas vacinadas. Assim, o impacto direto na redução da circulação viral tende a ser expressivo.
Outro ponto importante é que a publicação na The Lancet Infectious Diseases indica 89% de proteção contra formas graves e com sinais de alerta. Como consequência, quase nenhum dos 16 mil participantes do estudo precisou de hospitalização. Portanto, o imunizante demonstra potencial para diminuir a pressão sobre o sistema de saúde.
Para quem a vacina brasileira contra a dengue foi aprovada
A Anvisa autorizou o uso para pessoas de 12 a 59 anos. No entanto, esse público poderá ser ampliado conforme surgirem novos estudos. Além disso, a previsão do Ministério da Saúde é expandir o acesso a partir de 2026, o que deve acelerar a proteção coletiva.
A produção nacional da vacina brasileira contra a dengue foi possível graças a uma parceria com a empresa WuXi Vaccines. Dessa forma, o país fortalece sua autonomia na fabricação de imunobiológicos e, ao mesmo tempo, reduz a dependência de produtos importados. Por outro lado, essa cooperação também amplia a capacidade tecnológica do setor no Brasil.
Como está a vacinação importada e o impacto da nova vacina
Atualmente, o Ministério da Saúde distribui vacinas importadas para 2,7 mil municípios. Desde o início da estratégia, mais de 7,4 milhões de doses já foram aplicadas. Além disso, para 2026, o governo garantiu 9 milhões de doses do imunizante usado hoje, aplicado em duas doses em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. Outras nove milhões estão previstas para 2027.
Com a chegada da vacina brasileira contra a dengue, aplicada em dose única, o país terá um reforço mais rápido e eficiente. Portanto, a cobertura vacinal deve aumentar de maneira mais dinâmica, sobretudo em regiões com maior incidência da doença.
Histórias que reforçam a importância da vacina
Em Patos de Minas (MG), assim que a vacina brasileira contra a dengue ficou disponível, Dersuita Soares levou o filho de 13 anos para se imunizar. Segundo ela:
“Sempre priorizei a vacinação dos meus dois filhos. Quando a vacina da dengue chegou na cidade, levei o Gabriel para tomar a primeira dose. Este ano, ele tomou a segunda e completou o esquema vacinal.”
Esse relato reforça a confiança da população e, inclusive, demonstra como a adesão familiar contribui diretamente para ampliar a proteção coletiva.
Por que a prevenção continua essencial
Embora o Brasil tenha registrado redução de 75% nos casos prováveis de dengue em 2025, em comparação com 2024, o Ministério da Saúde reforça que a prevenção ainda é fundamental. Até outubro, o país registrou 1,6 milhão de casos prováveis. Além disso, os estados com maior incidência são São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.
Também houve redução de 72% nos óbitos em relação ao mesmo período de 2024. Ainda assim, o combate ao mosquito Aedes aegypti deve permanecer constante em todas as regiões.
Reportagem com informações da Agência Gov | via Ministério da Saúde.

