
A equipe de futebol que representa Florianópolis nos Joguinhos Abertos de Santa Catarina registrou um boletim de ocorrência na última sexta-feira (25) devido a um caso de racismo contra um jogador do time. Durante uma partida realizada no município de Agronômica, um torcedor teria chamado o jogador de “macaco”.
A partida contra Rio do Sul foi válida pela fase de mata-mata da competição e foi vencida pela equipe da capital nos pênaltis, após um empate no tempo normal. Os xingamentos racistas teriam ocorrido após a finalização da disputa, com destaque para um homem que foi reconhecido e qualificado no boletim de ocorrência. Ele teria usado termos como “seus pretos” e “macacos sujos”, de acordo com nota publicada pelo Figueirense, clube que emprestou atletas para a disputa.
A Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte), responsável pelos Joguinhos, informou que soube do ocorrido e repudia “qualquer ato de racismo ou discriminação”. O suspeito foi encaminhado à delegacia ainda na sexta-feira (25). A Prefeitura de Rio do Sul, cidade-sede e co-organizadora do evento neste ano, também publicou nota lamentando o ato. Também destaca que a acusação “não envolveu nenhum atleta, membro da comissão técnica, dirigente ou pessoa ligada diretamente à equipe de Rio do Sul ou à organização do evento”.
NOTA DA PREFEITURA DE RIO DO SUL
A Prefeitura de Rio do Sul e a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer vêm a público manifestar-se sobre a acusação de injúria racial ocorrida na tarde de sexta-feira (25), durante a partida entre Rio do Sul e Florianópolis, válida pela semifinal dos Joguinhos Abertos de Santa Catarina.
A acusação refere-se a uma suposta ofensa de cunho racial proferida por um torcedor presente no estádio contra um atleta da equipe de Florianópolis. Na condição de cidade-sede e co-organizadora dos Joguinhos Abertos, em parceria com a Fesporte, a Prefeitura de Rio do Sul expressa total repúdio a qualquer ato de racismo. Condutas dessa natureza não têm lugar no esporte, nem em qualquer espaço da sociedade, e devem ser firmemente condenadas.
Ressaltamos que a acusação não envolve nenhum atleta, membro da comissão técnica, dirigente ou pessoa ligada diretamente à equipe de Rio do Sul ou à organização do evento. Os fatos devem ser apurados com rigor e, se confirmados, punidos conforme determina a legislação vigente.
NOTA DA FESPORTE
A Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte) está ciente do acontecido e vem a público manifestar veemente repúdio a qualquer ato de racismo e discriminação.
A Fesporte reitera seu compromisso inabalável com a promoção de um ambiente esportivo inclusivo, igualitário e respeitoso para todos, sem distinção de cor, etnia, origem ou qualquer outra característica.
O esporte, em sua essência, é uma ferramenta poderosa de união, superação e celebração da diversidade. A Fesporte condena de forma categórica todas as manifestações racistas. Racismo é um crime e deve ser combatido em todas as suas formas, dentro e fora das quadras, campos e ginásios.
NOTA DO FIGUEIRENSE
O Figueirense Futebol Clube SAF vem a público repudiar veementemente os atos de racismo sofridos nesta data, em Rio do Sul-SC, pelo atleta Cauã Rosa dos Anjos, também conhecido como “Sassá”, integrante da nossa equipe Sub-18, que atua nos “Joguinhos Abertos” como representante do município de Florianópolis, com ofensas proferidas por integrantes da torcida local, logo após disputa por pênaltis, utilizando xingamentos racistas, com destaque para um senhor, devidamente reconhecido e qualificado em Boletim de Ocorrência registrado pelo atleta logo após a partida, proferindo o referido senhor as seguintes palavras e frases racistas: “seus pretos” e “macacos sujos”, entre outras, configurando inaceitável injúria racial.
Nos causa ainda mais estranheza e indignação, a presença maciça de integrantes da equipe adversária, na Delegacia de Polícia, desdenhando dos fatos, quando do registro do referido Boletim de Ocorrência, num ato repugnável de relativização dos atos de injúria cometidos.
O Figueirense, conhecido como “o Time do Povo”, não medirá esforços para que todo o caso seja devidamente apurado, com os racistas sendo exemplarmente punidos, oferecendo aos nossos atletas, e neste caso em especial ao “Sassá”, todo o apoio necessário, reforçando o nosso compromisso inegociável na luta contra o racismo e qualquer forma de discriminação.
Racismo é crime. E contra isso não há silêncio, há luta!