O Dia Internacional da Mulher Engenheira, celebrado em 23 de junho, reforça uma constatação que já se impõe na prática: a engenharia contemporânea precisa ser plural. E as mulheres têm ocupado esse espaço com competência, visão estratégica e capacidade de liderança.

Ao assumir interinamente a presidência do CREA-SC, torno pública uma realidade ainda pouco comum nos conselhos profissionais: a presença feminina nos cargos mais altos de gestão. Não se trata de um gesto simbólico, mas de uma atuação concreta, técnica e comprometida com a valorização profissional de todos os engenheiros e engenheiras.

A equidade de gênero na engenharia não é uma bandeira isolada. É parte do processo de fortalecimento institucional. Envolve garantir oportunidades, combater resistências culturais e estimular ambientes mais colaborativos. É nesse contexto que o CREA-SC tem ampliado a participação das mulheres na sua diretoria, nas comissões, nas inspetorias, nos eventos e nas decisões que influenciam o presente e o futuro da profissão.

Atualmente, somos 223.711 mulheres registradas no Sistema Confea/Crea, representando cerca de 20% dos profissionais em todo o país. Essa presença também avança nas instâncias de liderança. No último ano, foram eleitas 8 presidentes de Creas regionais, 2 Conselheiras Federais, além de 5 Diretoras-gerais e 5 Diretoras-financeiras da Mútua, evidenciando um cenário em transformação.

O desafio está longe de ser superado. Ainda há disparidades, obstáculos e sub-representações. Mas há, também, avanços consistentes. Mulheres estão à frente de obras públicas, lideram equipes técnicas, inovam em pesquisa e gestão, participam ativamente dos rumos da engenharia nacional.

Neste 23 de junho, o que está em pauta não é comemoração, mas posicionamento. Valorizar a mulher engenheira é reconhecer a força de uma engenharia mais diversa, ética e alinhada às transformações do nosso tempo.

Por Kamila Rodrigues – Engenheira Civil, Presidente em exercício do CREA-SC